A Justiça Eleitoral proibiu, nesta sexta-feira (27), a divulgação de uma pesquisa sobre as eleições de Muquém do São Francisco, registrada sob o número BA-07530/2024. A medida foi tomada após representação da coligação "Por Amor a Muquém", que identificou falhas graves, incluindo a ausência de endereços dos entrevistados e inconsistências nas informações sobre renda familiar, podendo influenciar indevidamente os resultados.
A decisão, do juiz eleitoral responsável pela 98ª Zona Eleitoral, estabelece uma multa de R$ 30 mil por dia em caso de descumprimento. Segundo o documento, a empresa responsável pela pesquisa tem dois dias para se manifestar, e os veículos de comunicação de Muquém do São Francisco, Ibotirama e Barreiras estão sendo informados sobre a decisão.
Entre as irregularidades apontadas pela coligação, destaca-se a impossibilidade de auditar a origem dos dados, visto que os bairros dos entrevistados não foram devidamente identificados. Além disso, as faixas de renda apresentadas na pesquisa divergiam entre o questionário e os resultados finais, impossibilitando a verificação da correspondência entre as informações fornecidas.
Na decisão, o juiz afirmou que "é tecnicamente possível que o sistema de controle seja exercido por fichas suplementares com os dados pessoais dos entrevistados, mas tudo indica que esses dados simplesmente não existem, prejudicando irremediavelmente o bojo da pesquisa, pois não se pode ter ideia da origem dos dados".
A decisão também destacou que "o problema torna-se ainda mais evidente quando se vê que não há correspondência ou cruzamento possível entre as faixas de renda do questionário e as do resultado, uma vez que usam parâmetros diferentes".
A Justiça Eleitoral reforçou que pesquisas eleitorais com inconsistências comprometem a integridade do processo eleitoral, podendo influenciar indevidamente a opinião pública. A suspensão da pesquisa visa garantir a lisura do pleito e evitar interferências inadequadas na formação da escolha eleitoral dos cidadãos.